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sábado, 31 de julho de 2010

Teste de estrada


Neste final de semana tínhamos como objetivo sentir na pele o que seria rodar a quantidade de quilômetros que rodaremos todos os dias durante a aventura até o Chile. Dessa forma, na quinta-feira a noite tracei um roteiro passando por algumas cidades do estado de São Paulo, totalizando 550 km, segundo o google maps. Além de verificar questões como nossa resistência, estava particularmente curioso de como seria seguir um caminho previamente desenhado, apenas acompanhando através de um mapa. Por este motivo, foram selecionadas algumas estradas que eu particularmente ainda não conhecia, bem como decidi usar como único recurso um mapa com o roteiro impresso em uma folha que me acompanhou durante toda a viagem no bolso esquerdo da jaqueta, sendo consultada a cada parada.

Vou me ater apenas ao relato da aventura, deixando os importantes comentários para o final.

Acordei muito cedo e completamente empolgado e ansioso para dar início a mais essa aventura. Eram 5:30h da manhã quando resolvi acender a luz do abajur e comecei a ler um livro (A Ilha do Tesouro) para tentar fazer o tempo passar mais rápido. As 7:20 eu já não mais aguentava ficar na cama e resolvi me arrumar. Peguei a moto e levei no posto para abastecer, deixando a Pri dormir mais um pouco. Arrumamos tudo, vestimos nossa indumentária completa, (estreando as calças da Revolte que fazem conjunto com as jaquetas que havíamos comprado anteriormente), fixei a capa de gel no acento da Fazer e seguímos viagem. Saímos de casa exatamente às 8:26h.

Nossa primeira parada ocorreu em Piracicaba, e como a Pri não conhecia a cidade, resolvi levá-la até o Museu da Água e a rua do Porto. Acabamos tomando café na primeira barraca da rua do Porto, onde eu comi a melhor fogaça da minha vida e a Pri o pior Açaí da vida dela. Mas o maior problema nem foi esse! A demora do atendimento somado ao nosso passeio transformou essa rápida parada para o café da manhã em uma mega parada de 1:30h.

Apenas neste momento eu me dei conta de que meu celular estava desligado e também de que o Daniel havia me ligado para combinarmos esta viagem, que pelo horário, seguiríamos sozinhos. Decidimos não esquentar a cabeça com nada e assim seguimos nosso caminho com este pequeno atraso.

Passamos rapidamente por Águas de São Pedro e como eu e a Pri já conhecíamos o lugar, decidimos não parar naquele momento. Continuamos seguindo viagem sentido Santa Cruz da Serra. Como o próprio nome já diz... Pegamos uma serra entre Santa Cruz e Brotas com asfalto de bom a excelente e cheia de curvas que pareciam cotovelos. Em um dado momento resolvi parar para ver a impressionante vista do lugar. Ao pararmos uma senhora com o filho e a nora pararam também e acabamos conversando bastante com eles e fazendo amizade com a dona Érica, dona de uma pousada em Dourado e uma simpatia de pessoa, assim como seu filho e sua nora que até tiraram uma foto nossa com a paisagem de fundo. Depois de um bom papo e alguns minutos de contemplação da barragem de Barra Bonita, seguimos viagem e descobrimos que tínhamos parado exatamente na última curva do trecho de serra, incrível! rs



Continuamos nosso roteiro passando por Brotas e Jaú, parando em um posto na estrada logo após a entrada de Bocaina. Lá aproveitei para abastecer a motoca, me reidratar e a Pri para tirar o gosto do Açai da boca. rs
Encostou uma Twister toda equipada para viagem e dela desceu um senhor de cabelos brancos que ao entrar no posto me cumprimentou, como todo bom motociclista faz ao encontrar outros motociclistas. Iniciamos um papo agradável a respeito de motos, viagens, estradas e cilindradas. O Bira é um senhor de 68 anos (não aparenta ter nem 60), integrante do motoclube Canibais e de bem com a vida. Adora viajar de moto e já rodou muitos quilômetros pelo Brasil afora. Resumindo: Uma simpatia de pessoa!

Continuamos nosso caminho já bem atrasados, mas sem estresse. Ao sairmos do posto em Bocaina verifiquei que o relógio da Fazer já marcava 13:19h. Seguimos sentido Araraquara. A primeira coisa que avistei em Araraquara foi uma velha conhecida minha, a caixa d'água da Kaiser. Lembrava perfeitamente da minha última consulta do mapa e segui o caminho que estava na minha cabeça. Como não tive a confirmação do Daniel se me encontraria no Museu Asas de um Sonho da TAM em São Carlos ou não, parei para ligar para ele e para dar uma rápida olhadinha no mapa. O Daniel acabou desistindo de passear de moto hoje e eu estava seguindo perfeitamente o roteiro previamente estabelecido.

Passamos por uma placa indicando o caminho para São Carlos, mas resisti e continuei confiando no meu roteiro. Passamos por Américo Brasiliense e depois de duas trocas de estrada, fiquei um pouco preocupado se estava realmente na estrada correta, pois não tínhamos visto nenhuma placa indicando o caminho ou fazendo propaganda do Museu da TAM. Foi com grande alegria que encontramos a tal placa.



Chegando ao Museu, fiquei em estado de euforia, primeiro por estar ali e depois por ter cruzado com diversas motos que saíam do Museu. Entramos no Museu e estacionamos a motoca no meio de um monte de "beldades". Tinha TDM 900, BMW a dar com pau, Bandit, V-Strom, um verdadeiro arsenal de máquinas, sem contar as customs e as Touring de variadas marcas que se enfileiravam no estacionamento e uma Yamaha RD 135 que fiz questão de estacionar do lado para que a Fazerzinha não fica-se se achando a menor moto do local. Pena que neste momento não tivemos a ideia de bater uma foto de todas essas máquinas. Mas a Pri fez um vídeo da entrada e outro da saída do Museu


 


Nota: No vídeo apareceram apenas 20% das motos que tinham lá!

O Museu é impressionante e muito bem montado, é um passeio que vale a pena para todas as idades.

Ao sairmos do Museu demos de cara com uma BMW estacionada quase sobre a Fazerzinha. Peguei minhas coisas que estavam no guarda volumes correndo só para poder ver a GS 1150 que já estava de saída.

Chegamos a tempo de eu poder ver e elogiar a moto para o dono. Essa sim estava impecável. A motoca é do Catarina, uma BMW GS 1150 ano 2001 em perfeito estado de conservação. Embalamos em um papo a respeito da BMW, que atraiu também o Wil, dono de uma BMW K 1300 e também apaixonado pela marca. Acabou que ficamos quase meia hora ali falando a respeito dessas motos. Por fim o Wil me deu dicas, me convenceu de que eu não posso comprar nenhuma outra moto além da BMW (rs), me passou o telefone dele e do melhor mecânico de BMW do Brasil, o Berna, um alemão que tem uma oficina em Rio Claro. Foi neste momento que tive meu orgasmo, quando estava em cima da GS 1150 do Catarina conversando com os dois a respeito de BMWs.

A turma se foi e eu consegui acompanhá-los até pegar a estrada., dai para frente foram sumindo lentamente no horizonte. (Turminha pequena... Umas 30 motos sendo que dessas uns 80% eram BMW. Orgasmo de novo! A Pri filmou tudinho!kkk)



Como tínhamos uma meta a cumprir, seguimos nosso roteiro com a próxima parada programada para ser realizada em Pirassununga.

Seguimos pela Washington Luiz até Itirapina e lá pegamos a estrada BR-369 com destino a Pirassununga, único trecho de estrada ruim que pegamos. O asfalto está completamente irregular, cheio de buracos e falhas.
Em Pirassununga fizemos uma parada para descansar e seguimos até Limeira, onde precisamos parar para abastecer a motoca.

5 km antes da parada o susto! Fui atingido por um O.B.N.I (Objeto Batedor de Asas não Identificado)! Pode ter sido um passarinho ou um morcego, mas deu uma bela porrada no meu capacete. Fez apenas barulho e sujou meu capacete de sangue e merda, porque o coitadinho deve ter se cagado todo no momento do acidente. A Pri apenas viu tudo beeeem de pertinho! Paramos, abastecemos, lavamos o capacete, jantamos, descansamos e seguimos os 50 quilômetros finais com um sorriso estampado no rosto.

Chegamos em casa às 19:30, depois de ter percorrido 558 km. Já estava escuro!


Balanço da viagem

558 km em um total de 11 horas entre estrada e passeios.
Minha dica é que essa quilometragem é a ideal para podermos rodar bem e curtir tudo o que tiver pelo caminho, mesmo que tenhamos problemas com  atendimentos demorados. rs
Para rodar entre 500 e 600 km em um dia deveremos acordar cedo, pegando a estrada até no máximo as 7:00h, para não nos arriscarmos a ter que rodar a noite em estradas desconhecidas em países desconhecidos.
De uma em uma hora minha bunda começava a latejar como um alarme, indicando a hora de parar. As paradas deverão ser realizadas em no máximo 1 hora, principalmente para os garupados!
O restante será pura diversão. Chegamos em casa a um pouco mais de uma hora e a Pri já está falando do passeio que faremos amanha, ou seja: - A viagem do Chile poderá ser feita sem traumas e de maneira muito prazerosa para todos!
Lembrando que fizemos tudo isso de Fazer 250. Imagina o que faremos com as motocas que utilizaremos, que serão muito mais confortáveis.


Um comentário:

  1. Agora entendi quem tirou aquela foto! De fato foi uma boa aventura...
    Jacy

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